domingo, 6 de abril de 2008

Fichamento de FALCON, Francisco José Calazans. O Capitalismo unifica o mundo. In: O Século XX. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2000. Pp.13-73.

Francisco José Calazans Falcon, em “O Capitalismo Unifica o Mundo” propõe uma análise profunda sobre o que seria o capitalismo. Objetivando tal análise, ele realiza uma viagem às origens do capitalismo, antes mesmo deste receber tal nomenclatura. O autor define o mercado como principal veículo para a afirmação do sistema capitalista e busca (apesar de reconhecer o grau de dificuldade de trabalhar com conceitos) através da exposição dos conceitos teóricos dos termos “mercado” e “capitalismo” pré definir uma linha de raciocínio, buscando a exclusão de futuros erros de compreensão causados pela ignorância da definição de tais termos.
Objetivando maior organização e compreensão do tema, Falcon traça a seguinte divisão: o período pré-capitalista (séculos XV/XVI ao XVIII) e o período capitalista assim como o conhecemos (séculos XIX e XX). A partir de tal divisão o autor parte para a diferenciação de ambos. A começar pelas fábricas: enquanto na era capitalista elas representam não somente o poder econômico, com o domínio de mercado, mas também o poder político, dado a sua grande influência nos mais diversos aspectos das localidades em que se instalam e consequentemente, através de uma rede integrada, do mundo. A partir das fábricas vemos a mudança gerada no setor de transporte, enquanto na era pré-capitalista os transportes eram deficientes, na era capitalista vê-se a mudança para transportes eficientes que atendam as demandas das fábricas. Pode-se observar também a mudança do papel da agricultura, que se no pré-capitalismo era indubitavelmente a principal fonte de renda do estado, na era capitalista vê-se delegada a segundo plano. É observada a significativa mudança da forma de produção, enquanto a produção visava o consumo e necessidades de subsistência, após a revolução das indústrias observa-se o estimulo a superprodução para a venda e subseqüente obtenção de lucros.
A divisão do termo pré-capitalista envolve a questão da “acumulação primitiva de capitais” através da navegação ultramarina e posteriormente com as primeiras manufaturas com subseqüente amadurecimento do capital foi-se possível chegar à revolução industrial que não somente impulsionou, como deu origem ao novo sistema.

“O comercio mundial e o mercado mundial inauguram, no século XVI, a biografia moderna do capitalismo.” (p. 30. FALCON apud MARX).

Evidencia-se então, após a leitura da obra de Falcon sua preocupação em informar com fatos espaço-temporais e com a construção de conceitos que, não raramente, apresentam-se difusos. O autor busca durante todo o texto discutir e esclarecer o que poderia ser compreendido como capitalismo, bem como o papel e o surgimento do mercado, criando assim a já supra citada linha de fatos espaço-temporal que possibilitam uma compreensão mais profunda e clara do tema proposto.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Texto 1

BERMAN, Marshall. Tudo Que É Sólido Desmancha No Ar: a aventura da modernidade. São Paulo, Companhia das Letras, 2007. Introdução: “Modernidade - ontem, hoje, amanhã” p.24-49.




Na obra em análise podemos observar a preocupação em tentar trazer à luz uma melhor definição do termo “modernidade” através da minuciosa reflexão sobre seu real sentido no cotidiano da humanidade. Com o intento de conseguir tal reflexão o autor lança mão de recursos como a separação temporal da história da modernidade e a citação de obras de filósofos renomados que se propuseram a estudar os efeitos da mesma, e o impacto causado por ela através da urgência de adaptação e mudança que observamos no decorrer do processo de afirmação moderna.
Ao falar de modernidade faz-se notória a preocupação de defini-la através de sua influencia nos hábitos e costumes pessoais, pois é exatamente essa a característica mais marcante e aterradora da modernidade. Como pode-se observar no título, que emprega de forma coerente a frase do filosofo Karl Marx, “Tudo que é sólido se dissolve no ar”.
O autor busca exatamente essa idéia de mutação proveniente da modernidade. É discutido igualmente no decorrer do texto a importância da tecnologia nesse processo de modernização mundial e o papel que a mesma desempenha na globalização e na troca de informação ao redor do mundo.

“O computador, em poucas palavras, promete através da tecnologia a possibilidade pentecostal de entendimento e unidade universais.” (p. 37. BERMAN apud McLUHAN in Understanding media. 1964).

Clarifica-se ao leitor, após a conclusão da leitura e estudo do texto, a importância de repensar os conceitos pessoais do significado de um termo muito empregado, mas de compreensão ainda confusa: o termo “modernidade”. O texto é um convite para nos dias atuais buscar-se a fuga do senso comum objetivando a não perpetuação da reprodução automática do termo modernidade, tão pouco sua substituição por pós-modernidade, mas sim uma vigem profunda a sua significação e influencia nos hábitos, costumes e idéias pessoais, assim como nas relações interpessoais, para somente então poder-se desvendar seu complexo e, talvez um dia, completo significado.